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Festivais

4o CineOP (2009) – dia 2

Mostra repensa a Pornochanchada

Por Luiz Joaquim | 22.06.2009 (segunda-feira)

OURO PRETO (MG) – A abertura, sexta-feira, do 4o. CineOP: Mostra de Cinema de Ouro Preto, cujo tema deste ano é o cinema brasileiro dos anos 1970, foi marcada pela emoção com a homenagem feita a Zezé Motta, antes da exibição de “Xica da Silva”, filme rodado por Cacá Diegues em 1976. Diegues, que dirigiu a atriz em cinco longas-metragens, apresentou a homenagem enquanto Zezé agradecia cantando “A Noite do Meu Bem”, música imortalizada na voz de Dolores Duran.

No sábado, além da sessão de “Um Homem de Moral”, de Ricardo Dias (exibido no Cine-PE), aconteceram as projeções de “A Dama do Lotação” (1976), com o qual Neville d’Almeida levou mais de sete milhões de espectadores às salas de exibição, tornando-o o segundo filme mais vista da história do nosso cinema; como também “A Ilha dos Prazeres Proibidos” (1977), outro sucesso de público (cerca de seis milhões de espectadores pelo mundo), este de Carlos Reichenbach.

Sobre a exibição dos dois clássicos do período da pornochanchada, nada mais venerável. Principalmente pela oportunidade de exibi-los numa sala de cinema, o belo Cine Vila Rica, de 500 lugares e fundado em 1957. A experiência foi um teste da ainda vitalidade dos filmes diante da nova geração que os desconhecia. Ao mesmo tempo, é contrastante e frustrante, considerando ser o cuidado com a memória a marca do CineOP, ver a projeção acontecer por uma fonte ruim. “Lotação” foi exibido numa péssima cópia feita a partir de uma U-Matic, enquanto “A Ilha…” passou numa, um pouco mais cuidada, reprodução em Betacam.

Ontem, o destaque ficou não com o cinema brasileiro mas sim com uma comovente sessão de clássicos franceses. Foi um cineconcerto conduzido por Céline Benezeth (violino), Marco Pereira (piano) e Maxime Roman (guitarra), em que musicaram ao vivo os curtas mudos “Sur un Air de Charleston” (1926) e “La Petite Marchande d`Allumettes” (1929), ambos de Jean Renoir, e “Entre’Acte” (1924), de René Clair.

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