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Festivais

4o CineOP (2009) – dia 4

Dona Flor… mostra vitalidade no CineOP

Por Luiz Joaquim | 22.06.2009 (segunda-feira)

OURO PRETO (MG) – Preservação e restauração cinematográfica foram os principais assuntos em debate na segunda-feira do 4º Cine-OP: Mostra de Cinema de Ouro Preto. Pela manhã, aconteceu a 2ª reunião de trabalhos das entidades de preservação audiovisual brasileiras. De Pernambuco no grupo, uma presença marcante era a de Lula Cardoso Ayres Filho, acumulando e repassando experiência como colecionador e museólogo particular.

À tarde, o Centro Nacional de Cinematografia da França falou de seu histórico e revelou os desafios na passagem dos filmes para o formato digital. Outra palestra rica em informações técnicas foi proferida por Camille Blot-Wellens, diretora de coleções de filmes da mítica Cinemateca Francesa, criada por Henri Langlois, o Monsieur Cinéma, em 1936.

FILMES
Dois curtas pernambucanos – “SuperBarroco”, de Renata Pinheiro, e “Muro”, de Tião (ambos sem representantes em Ouro Preto) – abrilhantaram a noite de segunda-feira num programa que contou ainda com o inédito “Danças”, filme experimental paulista do jovem Fernando Watanabe. O novo filme do mineiro Calos Magno, “Andrômeda: A Menina que Fumava Sabão”, não ficou pronto a tempo de ser exibido no CineOP.

A grande estrela da noite, entretanto foi um longa-metragem de 33 anos. “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, de Bruno Barreto, foi exibido numa cópia em 35mm (finalmente) restaurada em 2001.

Para quem não sabe, “Dona Flor…”, adaptado de Jorge Amado, é, oficialmente, o maior sucesso de público do cinema nacional, tendo levado cerca de 12 milhões de espectadores às salas.

O filme foi dirigido por Bruno Barreto aos 20 anos de idade, e mostrou-se aqui, para o jovem público mineiro (que reagia bem), absolutamente atual e eficiente no humor canalha de Wadinho (José Wilker), no comportamento pudico de Teodoro (Mauro Mendonça) e na sensualidade à flor da pele de Flor (Sônia Braga, linda).

Na geração que já conhecia o filme, o efeito foi o de uma nostalgia de uma época em que uma conjugação de talentos se reunia para criar um filme autenticamente brasileiro, seja no tema, nos personagens, na fotografia (Murilo Salles), adaptação de roteiro (Eduardo Coutinho) e na música, que já em sua abertura impõe sua beleza pela canção “O Que Será, Que Será”, composta por Chico Buarque especialmente para o longa-metragem.

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