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Festivais

63º Cannes (2010) – abertura

Cannes abre com Hollywood

Por Luiz Joaquim | 12.05.2010 (quarta-feira)

Todo ano é a mesma correria em maio. O universo do cinema congela e volta seus olhos para a cidade balneária francesa que, há 63 anos, atrai a imprensa mundial para mostrar os filmes em premiere que farão barulho na mídia, e no imaginário dos fãs de cinema, até maio do ano posterior. Mas Cannes não é o mesmo. Mesmo antes de 2006, quando o festival abril com a superbobagem chamada “O Código Da Vinci”, Thierry Frémaux, responsável cultural do evento, vem definindo o filme de abertura como uma pré-estreia mundial de algum produto hollywoodiano. É uma estratégia que só pode estar vinculada a aporte$ do estúdio dos filmes convidado.

Este ano, pela primeira vez, o filme que abre o festival – “Robin Hood”, de Ridley Scott – será visto no mesmo em cidades como o Recife pela imprensa local em sessão fechada às 11h da manhã, ou seja, antes que a imprensa em Cannes o veja à noite. Depois de amanhã, o filme poderá ser visto no multiplex mais perto da sua casa.

Estratégias financeiras à parte, a seleção competitiva oficial é uma das listas mais esperadas do ano. Divulga há um mês, a lista, como lhe é habitual, vem recheada de realizadores medalhões criados pelo próprio festival – Takeshi Kitano (com “Outrage”), Apichatpong Weerasethakul (com “Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives”), Bertrand Tavernier (com “La Princesse de Montpensier”), Abbas Kiarostami (com “Copie Conforme”), Mike Leigh (com “Another Year”), Nikita Mikhalkov (com “The Exodus: Burnt by the sun 2”, sequência de um filme de 1994) e Ken Louch (com “Route Irish”) que entrou na programação às pressas, ainda nesta semana).

Nesse time há também o já conhecido ator Mathieu Amalric (de “A Questão Humana” e “O Escafrando e A Borboleta”), que dirige e atua em “Tournée”. Aqui, Amalric é um famoso produtor da televisão parisiense, chamado Joachim, que abandona os filhos, amigos, inimigos, amores e remorsos para começar do zero na América aos 40 anos de idade. Quando retorna a Paris, traz consigo uma companhia de striptease.

Outro que já esteve na riviera em competição, e volta agora com “Biutiful”, foi o mexicano Alejandro Gonzales Inarritu (competiu em 2006 com “Babel”). No novo trabalho, Javier Barden chama-se Uxbal e vive em Barcelona. Está envolvida num negócio ilegal em que lida com um amigo de infância, hoje um policial.

Junto a estes há, ainda, outros dez concorrentes, alguns de peso igual e outros mais leves. De qualquer forma, com Tim Burton presidindo o júri, é sempre arriscado apontar favoritos, mesmo quando o festival já estiver perto do final – este ano no dia 23 de maio, encerrando com o filme “The Tree”, de Julie Bertucelli. Nas sessões fora de competição, o novo filme de Woody Allen, “You Will Meet a Tall Dark Stranger” exibe neste sábado, e o de Cacá Diegues “5 x Favela, Por Nós Mesmos”, exibe em sessão especial na terça-feira.

Compondo ainda o Festival de Cannes, acontecem simultaneamente, as mostras “Un Certain Regard” (para realizadores estreantes), “Cinefondation” (com filmes feitos por de estudantes de cinema), “Cannes Clássicos”, “Curtas” e a “Quinzena dos Realizadores”, correndo em paralelo também por lá.

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