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Críticas

400 Contra 1

400 problemas e nenhum mérito

Por Luiz Joaquim | 06.08.2010 (sexta-feira)

Chega hoje aos multiplex do País “400 contra 1” (Brasil, 2010), longa-metragem de estreia de Caco Souza, sobre o nascimento do Comando Vermelho. Há já bastante tempo que a produção vinha sendo anunciada como polêmica. Mas a promessa não se concretizou, conforme visto em sua premiere no encerramento do Festival de Paulínia, em julho.

“Confuso” é a primeira palavra que vem à mente quando se lembra de “400 contra 1”. Isso porque, para resgatar a incrível história do surgimento do crime organizado no Brasil durante a ditadura, Souza recortou, ou melhor, picotou toda a narrativa em desnecessários bloco temporáis que vão e vem em elípses.

Em outras palavras, ao entrar na sala de cinema, o espectador será situado em 1971, quando o assaltante William da Silva Lima (Daniel de Oliveira) é preso e levado ao presídio da Ilha Grande, para onde, posteriormente, foram levados os presos políticos pela repressão.

Em poucos minutos, estamos em 1980, daí a cinco minutos estamos em 1971. Um pouco mais e vamos a 1979, 1978, 1972, 1977, 1975, 1973. Voltamos a 1980 e 1971 e encerramos em 1980 novamente. Por algum motivo misterioso não contemplaram 1974.

O irritante aqui é saber que não há nenhuma atribuição ou ganho para a narrativa nessa opção. Pelo contrário, é constrangedor ver o figurino, a direção de arte e a maquiagem praticamente não mudar num período de uma década. Atenção para o momento “Os Trapalhões”, numa sequência em que os bandidos, num fusca, fogem da polícia, num fusca.

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