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Festivais

43º Festival de Brasília (2010) – abertura

Festival inicia exibindo clássico

Por Luiz Joaquim | 23.11.2010 (terça-feira)

Não há crise que derrube a atenção da mídia para o Festival de Brasília de Cinema Brasileiro, que abre às 20h30 de hoje no Teatro Nacional Cláudio Santoro, com a apresentação da Orquestra Sinfônica local seguida pela exibição da cópia restaurada do clássico “Lilian M: Relatório Confidencial”. Em 1975, o filme levou 600 mil pessoas aos cinemas tornando-se determinante na carreira do seu realizador, Carlos Reichenbach, que estará presente com as atrizes Lygia Reichenbach, Célia Olga Benvenutti e Maracy Mello e seu montador e editor de som Inácio Araújo.

Aos poucos, Brasília vem buscando resgatar um aspecto vinculado ao seu passado, ou seja, o de revelar talentos e apontar para o futuro do cinema nacional. Sendo assim, sob a tradicional curadoria de Fernando Adolfo, com a seleção feita pelo crítico Marcelo Miranda, dos cineastas Jeferson De e Bruno Safadi, e produtora Andréa Glória, Brasília 2010 traz em sua principal competição, a de longas-metragens, títulos tão interessantes quanto distintos.

O carioca “A Alegria”, de Felipe Bragança e Marina Meliande, que esteve em Cannes, exibe amanhã, apresentando Luiza, adolescente cansada de ouvir falar do fim do mundo, até descobrir que seu primo sumido foi baleado na véspera de Natal, e depois se vê sozinha em casa com um estranho que lhe pede ajuda. Elogiado no exterior, o filme se diz uma pequena fábula sobre juventude e coragem. Na quinta-feira, a ficção de Erik Rocha mostra um aposentado que parece ter perdido o domínio de sua vida e vaga pelas ruas, apenas testemunhando a vida que lhe passa ao largo.

Na sexta-feira, exibe o mineiro “Os Residentes”, filme de Tiago Mata Machado, que entrou em substituição a “O Mar de Mário”, Reginaldo Gontijo e Luiz F. Suffiati. A ficção “Os Residentes” fala sobre a demarcação por uma família de áreas numa casa abandonada que acaba por invandir a rua. Sábado projeta outro mineiro, o romance “O Céu Sobre os Ombros”, de Sérgio Borges. Domingo tem mais romance com “Amor?”, dirigido por João Jardim (de “Janela da Alma”), com forte elenco formado por Júlia Lemmertz, Lilia Cabral, Eduardo Moskovis, Cláudio Jaborandy, Silvia Lourenço, Fabiula Nascimento, Ângelo Antônio. É uma mistura de documentário e ficção, sobre relações amorosas que envolvem alguma forma de violência. Atrizes e atores interpretam o depoimento de pessoas que viveram situações de ciúmes, culpa, paixão e poder.

No último dia da competição, o documentário pernambucano “Vigias”, estréia de Marcelo Lordello num longa-metragem, entra em cena para traçar um desenho sobre a vida dos vigias que velam o sono, medos e sonhos da cidade. Quem julga a competição de longas Júri este ano é a romancista Ana Miranda, o pesquisador André Brasil, os cineastas Anna Muylaert, Kleber Mendonça Filho e Erik de Castro, o produtor Antonio Carlos da Fontoura, e a atriz Bidô Galvão. Pernambuco também tem mais três produções competindo nesta edição. São eles os curtas-metragens em 35mm “Acercadacana”, de Felipe Peres Calheiros, e “Café Aurora”, de Pablo Pólo, além do curta digital “My Way”, de Camilo Cavalcante.

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