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Críticas

Irmãs (2016)

Quarentonas, mas com a cabecinha de adolescentes

Por Luiz Joaquim | 21.01.2016 (quinta-feira)

Há duas, ou mais, camadas de leituras para “Irmãs” (Sisters, EUA, 2015), comédia escrachada de Jason Moore, com a dupla Tina Fey e Amy Poehler. A primeira leitura é a da ignobilidade atroz das protagonistas. Elas são duas irmãs quarentonas – uma (Fey) manicure, mãe solteira com uma filha adolescente despejada de casa, e outra (Poehler) uma enfermeira solteirona que dedicou toda a vida para ajudar os outros.

Quando sabem que seus pais vão vender a casa onde elas cresceram, decidem voltar lá e dar uma festa de despedida. Convidam todos os amigos da época do colégio esperando repetir loucuras juvenis. Mas a maioria hoje são sérios senhores e senhoras casados e com filhos.

Nesse sentido, “Irmãs” não passa de mais uma comédia norte-americana onde personagens frustados enchem a cara de álcool e drogas para superar frustração e conseguir sexo fácil. A única diferença é que temos adultos aqui. Embora não seja uma história com adolescentes, ela é para adolescentes descobrindo o sexo.

A outra leitura, sendo generosa, pode olhar para “Irmãs” como uma obra de emancipação feminina, ou, para usar uma desgastada palavra do ano de 2015, do “empoderamento” das mulheres. Mas não usadas para elevar valores igualitários entre os gêneros, e sim fazer piadas sexistas, reduzindo os homens a um acessório sexual.

Seria o equivalente as piadas machistas masculinas, só que feita por mulheres contra os homens. É um tipo de humor novo no cinema (mas não inaugurado por Amy e Tina) que ainda nem possui sua nomenclatura particular, resumitiva.

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