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Críticas

Alfie – O Sedutor

Jude Law dá aula de conquistas

Por Luiz Joaquim | 13.09.2018 (quinta-feira)

– publicado originalmente em 11 de Maio de 2005 de  no jornal Folha de Pernambuco

O filme de Charles Shyer é uma refilmagem do clássico Alfie: Como conquistar as mulheres de 1966, quando Michael Caine fazia o papel que hoje é defendido elegantemente por Jude Law. Foi com esse personagem, um playboy hedonista, que Caine teve a carreira catapultada ao estrelato. Junto a Elaine Pope, o diretor Shyer atualizou para hoje a peça de Bill Naughton que deu origem a primeira versão no teatro e no cinema.

Hoje Alfie não vive mais em Londres, mas sim em Nova Iorque. O novo filme não mostra a triste seqüência de aborto no original, que chocou a sociedade da época, e Law, apesar de menos cínico que Caine, mantém o mesma competência que seu antecessor. De igual está a utilização da câmera (espectador) como um confessionário e cúmplice nas trelas sexuais de Alfie. É para a câmera que o sedutor revela suas malvadezas sedutoras com o sexo feminino e suas táticas e dicas de conquistas. Cuidado com as mães solteiras. Elas vêm com acessórios irresistíveis, avisa Alfie se referindo e abraçando carinhosamente o filho pequeno de Julie, uma de suas vítimas, vivida por Marisa Tomei.

Importante salientar o completo conforto de Jude Law na pele do predador masculino. Como o motoristas de limusine que oferece algo a mais às suas passageiras, Law é brilhante, esbanjando charme e elegância  com um facilidade perturbadora. Outro sedutor, o Hitch, de Will Smith, se colocado ao lado de Alfie, parece um adolescente arrogante. Isso porque Jude Law consegue, num jogo de sutilezas, também dar dignidade e profundidade ao um personagem, a primeira vista, raso. Enfim, o diretor Shyer não transformou Alfie apenas um metrosexual como alguns pensaram que aconteceria nessa renovação do personagem.

Com montagem dinâmica, fotografia iluminada, Alfie: O sedutor corre mostrando o amadurecimento de um homem que as mulheres adoram pela sua beleza, galhardia, cavalheirismo, e também odeiam pelo seu egoísmo, hedonismo e absoluta independência emotiva.

 

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