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Críticas

Wasp Network: Rede de Espiões

Rede complexa, filme embaralhado

Por Luiz Joaquim | 21.06.2020 (domingo)

O grande mérito de Wasp Network: Rede de espiões (Wasp Network, Fra., Bra., Esp., Bel., EUA 2020), de Olivier Assayas, está fora dele. Reside no livro Os últimos soldados da Guerra Fria (Companhia das Letra, 2011), de Fernando Morais.

O trabalho do escritor esmiuçou aquilo que ficou conhecido como a Rede Vespa, no início dos 1990, quando um grupo de 12 homens e duas mulheres cubanos atuavam infiltrados nos EUA espionando os mais de 40 grupos anticastristas atuando, violentamente, a partir de Miami.

Assayas, criador de contínuos excelentes trabalhos – Horas de Verão (2008), da série Carlos, o Chacal (2010), Depois de maio (2012), Acima das núvens (2014) e Personal shopper (2016), parece não ter conseguido fazer fluir em Wasp network a complexidade do que há no denso livro de Morais.

Não se engane, há tensão e boas performances aqui, mas o todo não parece encaixar, ou encaixa-se com atrito, para encerrar uma tão complexa história. O maior destaque parece estar mesmo na maior estrela presente: Penélope Cruz, como Olga, esposa do espião cubano René (Edgar Ramirez).

Em cena “Rede de Espiões”: Sbaraglia, Ramirez, Moura e de Armas”

A figura da atriz na tela é imantada quando empresta, com muita precisão em sua expressão, as dores e abnegação intraduzíveis da personagem. Já Wagner Moura, parece preso a um tipo de estruturação interpretativa em função de um personagem que o tornou respeitado no exterior – com o apoio da Netflix –, que é aquele envolvido em tensões político-latino-internacionais, tão bem defendido na série Narcos (2015), mas aparentemente desagradavelmente confortáveis (ainda que desafiadoras) em Wasp network e Sérgio.

Ainda no elenco, Gael Garcia Bernal, Leonardo Sbaraglia e Ana de Armas. A produção é do brasileiro Rodrigo Teixeira. O filme está disponível na Netflix brasileira desde sexta-feira (19).

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