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Críticas

Quarteto Fantástico e O Surfista Prateado

Segunda empreitada dos Quatro Fantástico é levemente superior ao anterior

Por Luiz Joaquim | 29.06.2007 (sexta-feira)

Os problemas de “Quarteto Fantástico e O Surfista Prateado” (Fantastic Four: The Rise of the Silver Surfer, EUA, 2007), são os mesmos vistos em “Quarteto Fantástico”, rodado em 2005 pelo mesmo Tim Story a frente desta seqüência. Estão lá e aqui uma carga excessiva de balela pseudo-científica para explicar fenômenos físicos, tentando validar, pelo raso, as transformações pelas quais sofrem nossos heróis e o planeta. Mas há, neste segundo filme,como alento, a presença de O Surfista Prateado.

A criatura alienígena foi concebida em 1966 por Stan Lee – que faz sua aparição no novo filme tentando entrar no casamento de Sr Fantástico/Reed (Ion Gruffudd) com a Mulher Invisível/Sue (Jéssica Alba). O surfista alado é na realidade um escravo de Galagtus, o Devorador de Mundos. Antes de se tornar seu arauto, preparando os planetas para Galactus sugar toda sua energia, o surfista era Norrin Radd, um astrônomo do planeta Zenn-La que se submeteu ao julgo de Galactus para poupar Zenn-La e sua amada Shalla Ball.

O Surfista é, assim, um condenado e sua sina é vagar eternamente, e solitário, pelo cosmos em busca de fonte de energia para Galactus. O personagem é um dos mais psicologicamente complexos criados por Lee graças ao conflito moral do qual é acometido quando chega a Terra e ali sua resignação em obedecer ao mestre é abalada ao se deparar com criaturas frágeis e inocentes: os humanos. Como um semideus em crise, o Surfista sente que precisa defender os mais fracos, mas não se permite rebelar-se contra Galactus.

Infelizmente quase nada da intensidade desse drama é passado neste filme que apresenta o personagem. A explicação é simples. Tanto o filme anterior quanto “Quarteto Fantástico e O Surfista Prateado” foram realizados para o público ‘PG’ americano, ou seja, o equivalente a crianças de 10 anos de idade. Isso implica não só na redução do teor filosófico original do Surfista, quanto também num abobalhamento incultado ao Dr. Fantástico (mais sério no HQ), e às brigas (mais esculhambadas no HQ) entre o Coisa/Ben (Michael Evans) e o Tocha Humana/Johnny (Chris Evans). São conflitos adultos transformados em aventura infantil.

De agradável, há o belo visual e a postura altiva mantida no Surfista, que aqui ganha um tratamento de primeira em CGI, feito pela empresa Weta Digital (“O Senhor dos Anéis” e “King Kong”), melhorando inclusive a técnica que deu vida a Gollun de “O Senhor do Anéis”, quando cria os movimentos do Surfista a partir da expressão corporal do ator Doug Jones. A voz que sai de sua boca, entretanto, é a de Laurence Fishburn (“Matrix”).

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