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Festivais

12o. Bafici – 2010 (abertura)

Maratona de cinema indepentende

Por Luiz Joaquim | 07.04.2010 (quarta-feira)

Buenos Aires – O conceito de um festival de cinema independente sugere proposta de se perder diante do que não faz parte do repertório prévio. É chance de ver o que possivelmente não será repetido em outra oportunidade, pela lógica sufocada do circuito comercial, ou talvez pela falta de satisfação popular aparente. No caso do Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independente (Bafici), essa chance parece alargada pelo recorte pragmático do evento: sào 422 filmes em 12 dias (entre curtas, médias e longas-metragens), separados por 12 salas de cinema da cidade. O festival, que o CinemaEscrito irá acompanhar, começa hoje (7) e vai até dia 19 deste mês.

Depois de ser adestrado pelo consumo pop, assim como o cinema iraniano nos anos 1990 e o coreano desta década, o cinema argentino recebeu nova atenção com o Oscar de melhor filme estrangeiro para “O segredo dos seus olhos”. Nesse sentido, é curioso observar que o recorte desta edição do Bafici, a 12o., insinua uma cinematografia consciente do passado político – algo evidenciado na escolha do filme de abertura, “Sequestro e morte”, de Rafael Filippelli, programado para hoje. É um trabalho que refaz as últimas horas de Pedro Eugenio Aramburu, presidente durante ditadura militar argentina. No total, seráo 44 longas e 42 curtas-metragens argentinos.

O Brasil também aparece na programação. Pernambuco está representado por longas ainda inéditos na cidade: serão exibidos “Viajo porque preciso, volto porque te amo”, de Marcelo Gomes e Karim Aïnouz, e “Avenida Brasília Formosa”, de Gabriel Mascaro (que ano passado participou da programação com “Um lugar ao Sol”). ‘Estrada para Ythaca”, dirigido por Guto Parente, Pedro Diogenes e os irmãos Luiz e Ricardo Pretti, “Os famosos duendes da morte”, de Esmir Filho, “A falta que me faz”, de Marília Rocha, “Chantal Akerman, de cá”, dirigido por Gustavo Beck, Leonardo Luiz Ferreira e “Belair”, de Bruno Safadi e Noa Bressane, são outras obras nacionais que participam do festival.

O Bafici também tem certa tradição revisionista. Ano passado, os autores Charles Chaplin e Andrei Tarkovsky foram lembrados em sessães especiais. Neste ano, o festival direcionou a nostalgia cinéfila para a filmografia de Rogério Sganzerla. Serão projetados, em 35 mm, clássicos como “O bandido da luz vermelha” (1968), “A mulher de todos” (1969), “Sem essa, Aranha” (1970), “O abismo” (1977), “Nem tudo é verdade” (1986) e “Tudo é brasil” (1997). Outro autor incontornável do cinema nacional que será revisto é Glauber Rocha, que ganha projeção de “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro” (1969).

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