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Cine eleição

Câmera clara 216

Por Luiz Joaquim | 23.08.2010 (segunda-feira)

Em tempos de eleições presidenciais, os candidatos se apropiam de todo o tipo de comunicação para seduzir seu eleitor. Nesse processo, a linguagem do cinema, e seu histórico apelo popular em hipnotizar milhões de pessoas em todos os cantos do planeta não podia ficar de fora desse jogo de encenações que se chama ‘horário eleitoral’ na TV. Senão vejamos. É só darmos uma rápida olhadela nos guia eleitorais dos três candidatos líderes nas intenções de voto: Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV). Na edição que foi ao ar na quinta-feira passada, por exemplo, tivemos uma superprodução hollywoodiana, um tradicional documentário brasileiro e uma produto audiovisual experimental. Enquanto Dilma brincava com seu cachorro num cenário idílico e reluzentemente fotografado, Serra era alvo de uma grave narração em off comentando suas realizações anteriores, sobreposta, claro, por fotos de arquivo em preto e branco. Já os marqueteiros de Marina criaram uma estratégia narrativa contemporânea para dizer que ela “é todos os brasileiros”, quando, para cada frase de seu discurso, quem a assumia na tela era um persongem diferente, espalhados em várias partes do País para, ao final, ela dar a última fala: “Eu sou Marina Silva, candidata a presidência da República”. E se dermos uma espiada nas campanhas de Plínio Sampaio (PSol), Levy Fidélix (PSTB), José Maria Eymael (PSDC) e Zé Maria (PSTU) também teremos reflexões relacionando-as a um dramalhão nacional, ou com uma globochanchada. Mas, atenção, pois não estamos aqui a comparar as campanhas para eleger a mais competente. O foco é a relação que elas fazem com o cinema. Isso porque, se um analista de cinema for ser radical com os resultados que temos nos guias da TV o resultado deverá ser triste, com raríssimas excessões. O fato é que os candidatos apostam caro nessa articulação, digamos, cinematográfica para ganhar bilheteria, ou melhor, votos.

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ALMODÓVAR
Começam hoje, lá na Espanha, as filmagens do 18º filme de Pedro Almodóvar: “La Piel que Habito”, inspirado no romance “Tarântula”, do francês Thierry Jonquet. Serão dez semanas de filmagens, ao custo de 10 milhões de euros, que passam por Santiago de Compostela, no Pazo de Oca, Galícia, Madri e Toledo. E, importante, Almodóvar volta a trabalhar com Antônio Banderas 20 anos depois do ótimo “Ata-me” (1990). Quem sabe o diretor não consegue tirar o ator da carreira desacreditada que construiu nos EUA.

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FESTIVAL 1
Quem tem curta-metragem para inscreve em festivais atenção pois encerra amanhã as inscrições para o 8º Festival Latinoamericano de Cinema e Vídeo Ambiental, ou simplesmente FestCineamazônia. Podem se inscrever produções em português e espanhol com temática ambiental e outros gêneros como: ficção, documentário, experimental, animação e videorreportagem ambiental. O festival acontece em Porto Velho, de 9 a 13 de novembro. Detalhes em (www.cineamazonia.com ).

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FESTIVAL 2
O 17º Vitória Cine Vídeo (VCV) terá sua 14ª Mostra Competitiva Nacional acontecendo entre 6 a 11 de dezembro em Vitória, no Espírito Santo. Para competir, o realizador pode se inscrever até 30 de setembro pelo site ( www.vitoriacinevideo.com.br ). O VCV 2010 é aberto à participação de vídeos e filmes em 16 mm e 35mm (curtas e médias-metragens) com até 50 minutos de duração, finalizados em 2009 e 2010.

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