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Festivais

34a. Mostra SP (2010) – oscarizáveis

Programação paulista oferece bom leque de concorrentes

Por Luiz Joaquim | 04.11.2010 (quinta-feira)

São Paulo (SP) – São 18 os filmes “oscarizáveis”, ou seja, indicados pelos seus respectivos países a uma vaga no Oscar 2011, que estavam na programação da 34ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, encerrada ontem. Além do tailandês “Tio Boonmee que Pode Recordar Suas Vidas Passadas”, de Apichatpong Weerasethakul, todos concordam por aqui que outros três fortes concorrentes são o dinamarquês “Em um Mundo Melhor”, de Susanne Bier; o romêno “Se Eu Quiser Assobiar, Eu Assobio”, de Florin Serban; e o francês “Homens e Deuses”, de Xavier Beauvois.

No dinamarquês, Bier faz um paralelo comovente sobre a relação da violência no mundo com a dentro de nossa própria casa. Enquanto mostra um médico na África cercado pela miséria, também mostra a esposa dele na Dinamarca, preocupada com a educação do filho, que sofre bullying na escola. Já o romêno parece finalmente ter se desamarado dos temas nacionais (mas não totalmente) para tratar de um assunto universal.

Conta o drama de Silviu (Pistireanu George), 17 anos, detento prestes a ser solto e preocupado com o destino do irmão caçula, cuja mãe irresponsável quer levá-lo à Itália. Sem alternativas, Silviu põe sua liberdade em jogo em função do que acredita ser o certo a fazer. O filme tem alto potencial dramático e tenso, dando quase para enxergar um futuro interesse de Hollywood por uma refilmagem.

Já “Homens e Deuses” talvez seja o mais sofisticados depois destes dois, e mais intimamente ligado à cultura de seu país. Tendo levado milhões de franceses aos cinemas, o filme é polêmico por tocar num assunto cruel ao histórico colonizador de lá. Baseado numa história real, se passa na Argélia dos anos 1990, num mosteiro. Lá estão sete monges (Lambert Wilson e Michael Lonsdale entre eles) encurralados entre o governo e grupos extremistas islãs. Outro mérito (e potência emotiva) do filme é saber nos mostrar a fé dos sete cristãos sem pieguices. O derradeiro discurso lido por Lambert, ao final do filme, é de fazer chorar, por sua capacidade humana de se entregar a humildade absoluta.

*Viagem a convite da Mostra

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“Oscarizáveis” na 34ª Mostra de SP

Quando Partimos, de Feo Aladag
Fora da Lei, de Rachid Bouchareb.
Cirkus Columbia, de Danis Tanovic.
Do Amor e Outros Demônios, de Hilda Hidalgo.
Em um Mundo Melhor, de Susanne Bier.
O Atleta, de Davey Frankel e Rasselas Lakew.
Homens e Deuses, de Xavier Beauvois.
Dias Violentos, de Levan Koguashvili.
Peepli ao Vivo, de Anusha Rizvi.
Mamma Gogo, de Fridrik Thor Fridriksson.
A Primeira Coisa Linda, de Paolo Virzi.
Mães, de Milcho Manchevski.
Tudo que Amo, de Jacek Borcuch.
O Ladrão de Luz, de Aktan Arym Kubat.
A Rosa de Kawasaki, de Jan Hrebejk.
Se Eu Quiser Assobiar, Eu Assobio, de Florin Serban.
Tio Boonmee, que Pode Recordar Suas Vidas Passadas, de Apichatpong Weerasethakul.
Hermano, de Marcel Rasquin

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