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Festivais

3º Janela do Cinema (2010) – 2º fim de semana

russo, pernambucano e um italiano

Por Luiz Joaquim | 19.11.2010 (sexta-feira)

Está chegando ao fim o 3º Janela Internacional de Cinema do Recife. Neste domingo, quando forem anunciados os curtas-metragens vencedores da programação, a equipe da produtora CinemaScopio certamente estará com um sorriso de satisfação pela boa acolhida do público para com a programação bem azeitada deste ano, que combinou os clássicos absolutos da Trilogia do Dólar, de Sérgio Leone, com a presença de gente que está despontando no cinema mundial (o cineasta russo Sergei Loznitsa), ou ainda com o curador da Semana da Crítica, de Cannes, Bernard Payen.

Ainda é possível ver muito bom cinema até domingo. Hoje, por exemplo (às 21h30, no São Luiz), é exibido o filme concerto “Baptista Virou Máquina”, de Carlos Dowling, com a banda Burro Morto, da Paraíba, tocando ao vivo durante a projeção. Amanhã, o cinema São Luiz também tem uma programação convidativa, começando logo com uma coletânia de filmes da saudosa produtora Telephone Colorido.

A inclusão desse programa no Janela é particularmente feliz uma vez que boa parte da nova geração que freqüenta hoje o meio cinematográfico alternativo não conhece os trabalhos iniciais da Telephone (apesar de recente). O público jovem poderá se surpreender, e perceber que o que parece audacioso e inventivo hoje no cinema Pernambuco, começou na verdade há mais de dez anos. Para quem os conhece, rever títulos ‘clássicos’ como “José Roberto, o Funcionário Telepata” (2000), “Resgate Cultural: O Filme” (2001) e “Figueira do Inferno” (2004) será um deleite.

Sainda da “onda telephônica”, o filme “Minha Alegria”, do russo Segei Loznitza, ganha nova sessão às 19h. Nesse seu primeiro longa-metragem, ele conta, em impecável e bem filmado planos, a trajetória de um solitário caminhoneiro que encontra policiais corruptos, velhos, prostitutas e ladrões com históricos de violência assustadores. Numa dramaticidade tensa, os personagens e situações de Loznitza lembram os de Dostoievski, que entram incomodamente na vida dos outros, sem nunca terem sido convidados.

Por fim, ainda no São Luiz, às 21h15, o pernambucano “Avenida Brasília Formosa”, de Gabriel Mascaro, mostrará uma linda confusão entre documentário e dramatização para dar um retrato de extremo apuro visual sobre a comunidade de Brasília Teimosa, no Pina, e dali derivada morando hoje no bairro do Cordeiro. São diversos personagens simplesmente seguindo o fluxo de suas vidas, mas aqui com o dedo norteador do diretor que aponta para a sua lente.

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