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Festivais

22º Cine Ceará (2012) – abertura

Fortaleza vai respirar cinema

Por Luiz Joaquim | 31.05.2012 (quinta-feira)

O ano era 2003 e o Cine Ceará estava em sua 13ª edição. Pernambuco estava competindo por lá com Cláudio Assis exibindo seu primeiro longa-metragem, “Amarelo Manga”. O mais forte concorrente entre os sete que disputavam contra ele pelo troféu Mucuripe era o excelente “Narradores de Javé”, de Eliane Caffé. Assis estava confiante com seu belo trabalho mas não podia imaginar o que aconteceria: “Amarelo Manga” seria o vencedor de todos os prêmios de todas as categorias oficiais do festival. Amanhã tem início a 22ª edição do Cine Ceará e ‘Claudão’, como é conhecido no meio cinematográfico, estará lá, mais uma vez, com seu terceiro longa, “Febre do Rato” (com estreia nacional marcada para 22 de junho).

Hoje a situação é bem diferente daquela de nove anos atrás. Em 2006, o evento tornou-se uma disputa ibero-americana, o número de seus títulos em competição aumentaram, assim como a diversidade de suas perspectivas cinematográficas de tantos países distintos que participam do festival. O feito alcançado por ‘Amarelo Manga’ provavelmente não se repetirá por ‘Febre do Rato’, mas mesmo assim Claudão chega a Fortaleza ainda com mais prestígio que aquele que o levou para lá em 2003. Não é à toa que o filme exibe no último dia da competição (quinta-feira, 07) e sozinho. Dois bons sinais.

Contra “Febre do Rato” estarão oito filme, sendo seis estrangeiros, um documentário paulista e uma ficção cearense. Esta última exibe na segunda-feira, no Theatro José Alencar (espaço onde sessões acontecem desde o ano passado) vem gera grande expectativa no Ceará. “Rânia” é o primeiro longa-metragem de ficção de Roberta Marques, cuja formação audiovisual aconteceu em Amsterdã. O enredo é protagonizado pela adolescente que dá título ao filme. Rânia mora em Fortaleza, no morro Santa Terezinha, e seu sonho é ser bailarina. É pela sua melhor amiga, Zizi, que ela passa a freqüentar a boate ‘Sereia da Noite’, onde farra, dança e dinheiro se misturam.

O outro título brasileiro é “Futuro do Pretérito: Tropicalismo Now!”, co-dirigido por Ninho Moraes e Francisco César Filho, o Xiquinho, que em janeiro lançou seu primeiro longa de ficção, “Augustas”. Em “Tropicalismo Now!”, a dupla apresenta uma nova visão sobre o Tropicalismo. Jogam o olhar dos dias de hoje sobre o movimento cultura com um misto de entrevistas com shows, intervenções artísticas e atores em pequenos esquetes.

Do estrangeiro, competem o documentário espanhol “Bertsolari”, de Asier Altuna; e as ficções do México “Prazo de Validade”, de Kenia Márquez; da Guatemala “Distância”, de Sérgio Ramirez; o equatoriano “Em Nome da Filha”, de Tania Hermida; o argentino “Um Amor”, de Paula Hernández; e chileno “Violeta Foi para O Céu”, de Andrés Wood, filme que abre o festival amanhã às 20h.

Além de debates com realizadores e seminários, mostras infantis com curtas cearenses, o evento promove uma homenagem a produtora Lucy Barreto, projetando, em 35mm, alguns dos clássicos de sua produtora. São eles: “Bye Bye, Brasil” (1980), de Cacá Diegues; “Amor Bandido” (1981) e “O Que É Isso, Companheiro?” (1996), ambos de Bruno Barreto; “Índia, A Filha do Sol” (1984) e “O Quatrilho” (1995), ambos de Fábio Barreto; e “Grupo Corpo: Uma Família Brasileira” (2006), dirigido pela própria Lucy. Acompanhe a cobertura completa do 22º Cine Ceará a partir desta segunda-feira pelo CinemaEscrito

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