Nunca, na história desse País, um presidente da República ganhou tantos olhares dedicados pelo cinema como Luiz Inácio Lula da Silva. Quando lançado em 2004, o documentário “Entreatos”, de João Moreira Salles, provocou ansiedade e tensão ao mostrar os bastidores da campanha eleitoral de sucesso, enquanto o petista era ainda um candidato. Hoje, às 21h, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Cláudio Santoro, em Brasília, acontece a primeira projeção pública da dramatização da história de vida do presidente pelo filme “Lula, o Filho do Brasil”, realizada por Fábio Barreto.

Em 2010, teremos outra produção ficcional a partir de fatos envolvendo o governo Lula. Trata-se de “Nunca na História desse País”, pelo qual José Padilha (“Tropa de Elite”) desdobra o escândalo do “mensalão”, suposto esquema de esquema de compra de apoio ao governo no Congresso.

“Lula, o Filho do Brasil” só entra em cartaz dia 1ø de janeiro de 2010, mas alguns recifenses terão o privilégio de assisti-lo em uma sessão especial para convidados nesta quinta-feira, no Centro de Convenções. Já em Brasília, a cerimônia de hoje constitui a abertura do 42ø Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O mais tradicional, longevo e prestigiado festival voltado à filmes brasileiros, que o leitor da Folha poderá acompanhar a cobertura por aqui.

A mostra competitiva, que tem partida amanhã seguindo até segunda-feira, acontece dividida em cinco longas-metragens (dois de São Paulo, dois do Distrito Federal, e um da Bahia) e 12 curtas-metragens em 35mm. Para Pernambuco, é uma edição histórica, visto que 1/3 dessa competição entre os curtas pertence às produções locais. São elas os inéditos “Ave Maria ou Mãe dos Sertanejos” (sexta-feira), de Camilo Cavalcanti; “Recife Frio” (sábado), de Kleber Mendonça Filho; “Azul” (segunda-feira), de Eric Laurence; e “Faço de Mim o Que Quero” (segunda-feira), de Sérgio Oliveira e Petrônio Loreno.

O longa que abre a competição amanhã é o baiano “Filhos de João, Admirável Mundo Novo Baiano”, de Henrique Dantas, que conta a história do grupo Novos Baianos. Rodado ao longo de 10 anos, o filme traz imagens em diversas bitolas e digital.

Amanhã, compete o brasiliense “Perdão Mister Fiel”, pelo qual o diretor Jorge Oliveira entrevista personalidades (inclusive o Presidente Lula) para falar da morte sob tortura do operário comunista Manoel Fiel Filho, em 1976, nos porões do DOI-CODI.

Sexta-feira exibe o doc paulista “Quebradeiros”, de Evaldo Mocarzel, sobre as tradições seculares, as estratégias de sobrevivência e a rica cultura das quebradeiras de coco de babaçu da região do Bico do Papagaio, onde os Estados do Maranhão, Tocantins e Pará se encontram. Sábado é a vez de “O Homem Mau Dorme Bem”, ficção também rodada em Brasília por Geraldo Moraes. Filme fala de três personagens que se encontra na beira da estrada, em um posto de gasolina: a dona do posto, um vendedor de DVD pirata e um insone.

Domingo, Anna Muylaerte exibe seu “É Proibido Fumar”, que traz Glória Pires (também em “Lula, O Filho do Brasil”) como uma mulher que herdou um apartamento da mãe. Com a chegada de um músico (Paulo Miklos) no apartamento vizinho, retoma o gosto pela vida. Segunda-feira “A Falta que Me Faz”, de Marília Rocha reforça a vocação experimental mineira ao apresentar quatro meninas vivendo o final de sua adolescência na Cordilheira do Espinhaço, embalada por festas de forró.

O 42º Festival de Brasília encerra na terça-feira com a exibição hor-concours do longa brasiliense “A Última Utopia”, composto por seis episódios dirigidos por Pedro Anísio, Geraldo Moraes, Vladimir Carvalho, Pedro Jorge de Castro, Moacir de Oliveira, Roberto Pires. A cerimônia de premiação soma, nesta edição, R$ 470 mil em prêmios, sendo R$ 220 mil para longas-metragens em 35mm; R$ 70 mil para curtas ou médias-metragens em 35mm e R$65 mil para os curtas em digital. O Júri Popular premiará dois títulos em 35mm, sendo um de R$ 30 mil para o melhor longa-metragem e um de R$ 20 mil ao melhor curta.

Compondo o júri dos filmes em 35mm estão o produtor Caio Gullane, o crítico de cinema Carlos Helí de Almeida, a atriz e produtora Denise Dummont, o produtor e diretor Flávio Tambellini, os cineastas Mauro Giuntini e Paulo Caldas, além da atriz Rosanne Mulholland.

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Programação competitiva

HOJE
20h, Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Claudio Santoro, para convidados
Abertura do Festival com apresentação da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, sob a regência do maestro Ira Levin e exibição do filme Lula, o Filho do Brasil, de Fábio Barreto, com Glória Pires e Rui Ricardo Diaz, com a presença do diretor e todo o elenco.

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Amanhã
20h30 e 23h30, Cine Brasília
Mostra Competitiva 35mm
Homem-Bomba, de Tarcísio Lara Puiati, 13min, RJ
Amigos Bizarros do Ricardinho, de Augusto Canani, 20min, RS
Filhos de João, Admirável Mundo Novo Baiano, de Henrique Dantas, 75min, BA

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Quinta (19/11)
20h30 e 23h30, Cine Brasília
Mostra Competitiva 35mm
Bailão, de Marcelo Caetano, 16min, SP
Água Viva, de Raul Maciel,14min, RJ
Perdão Mister Fiel, de Jorge Oliveira, 95min, DF

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Sexta (20/11)
20h30 e 23h30, Cine Brasília
Mostra Competitiva 35mm
Dias de Greve, de Adirley Queirós, 24min, DF
Ave Maria ou Mãe dos Sertanejos, de Camilo Cavalcante, 12min, PE
Quebradeiras, de Evaldo Mocarzel, 71min, SP

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sábado (21/11)
20h30 e 23h30, Cine Brasília
Mostra Competitiva 35mm
Verdadeiro ou Falso, de Jimi Figueiredo, 14min, DF
Recife Frio, de Kleber Mendonça Filho, 23min, PE
O Homem Mau Dorme Bem, de Geraldo Moraes, 90min, DF

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domingo (22/11)
20h30 e 23h30, Cine Brasília.
Mostra Competitiva 35mm
Carreto, de Marilia Hughes e Claudio Marques, 12min, BA
A Noite por Testemunha, de Bruno Torres, 24min50, DF
É Proibido Fumar, de Anna Muylaert, 86min, SP

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segunda (23/11)
20h30 e 23h30, Cine Brasília
Mostra Competitiva 35mm
Azul, de Eric Laurence, 19min, PE
Faço de Mim o Que Quero, de Sérgio Oliveira e Petrônio de Lorena, 20min, PE
A Falta que me Faz, de Marília Rocha, 80min, M G

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terça (24/11)
20h, Cine Brasília, para convidados
Solenidade de premiação com exibição do curta Brasília, Capital do Século, de G erson Tavares e do longa Brasília a Última Utopia, de Pedro Anísio, G eraldo Moraes, Vladimir Carvalho, Pedro Jorge de Castro, Moacir de Oliveira, Roberto Pires.