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Festivais

21. Tiradentes (2018) – “Aurora” 2

Surrealismo feminino e político chama a atenção na 2ª noite do “Aurora”

Por Luiz Joaquim | 24.01.2018 (quarta-feira)

TIRADENTES (MG) – Noite mais, digamos, experimental (até agora) desta 21ª Mostra de Cinema de Tiradentes, ontem (23), o programa “Aurora” apresentou ao público no Cine Tenda o mineiro Imo (foto acima), de Bruna Schelb Correa e, posteriormente o programa “Foco”, que também demandou por parte do espectador uma maior liberdade das habituais amarras para a leitura da narrativa tradicional.

A “Foco” trouxe o curta carioca Calma, de Rafael Simões – com produção dos Irmãos Carvalho (do ótimo Chico, 2017) -, o goiano Sr. Raposo, de Daniel Nolasco, e o arrebatador curta mineiro (do município de Cordisburgo) A retirada para um coração bruto, de Marco Antônio Pereira.

Conforme indica sua sinopse, Imo  nos coloca em três circunstâncias pelas quais distintas mulheres passam por processos, podemos dizer, transformadores, ainda que pela memória, ou lembranças. Tais circunstâncias funcionam na esfera do surrealismo. Mãos, olhos e outros pedaços de seus corpos (ou o corpo inteiro) são símbolos de suas dores. Imo não pede nem dá explicações, apenas é. Mas o esforço cinematográfico aqui resulta por algumas vezes em algo que distrai o olhar para os próprios símbolos que cria. Ora positivamente, ora não.

De qualquer forma, está claramente impresso no filme – mais descaradamente em sua terceira parte, tendo uma mulher literalmente como banquete masculino – o discurso feminino e feminista em seu conceito, cujo significado do título (Imo), explicou a diretora, avizinha-se de “ser o que está no âmago, no mais íntimo”.

Em debate na manhã de hoje (24), ficou claro que Imo pode tornar-se um dos favoritos no programa “Aurora” 2018  (vencendo, talvez?). A sua quase que total – enfatizamos o “quase” – liberdade interpretativa deixou parte da crítica especializada excitada querendo abarcar (ou mesmo desistindo de abarcar – o que também excita a crítica) aquilo que nem mesmo Bruna Schelb ,conforme contou durante a coletiva – tentou dominar em sua totalidade na construção narrativa deste longa-metragem montado em apenas nove dias para poder ser inscrito na Mostra de Tiradentes.

*Viagem a convite do Mostra

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